segunda-feira, 12 de julho de 2010

Samba Boys

Aroldo e Alexandre apresentam o programa Samba Boys.

SAMBA BOYS
Alexandre V. C. Araújo está em Dublin, Irlanda, e apresenta, junto com Aroldo Oliveira, nas quartas-feiras, das 15h às 16h, hora de Brasília, um programa de rádio bilíngüe, onde se fala do Brasil e da Irlanda. Vale a pena assistir. Leiam o email que ele nos enviou, falando sobre seu trabalho: “Gostaria de apresentar o programa de rádio de samba e bossa nova que comecei aqui em Dublin chamado `samba boys` que vai ao ar todas as quartas-feiras das 7h às 8h, horário daqui de Dublin, na rádio comunitária nearfm 90.3. O programa tem o objetivo de fazer esse intercâmbio cultural Brasil-Irlanda-Brasil. No show eu, Alex, falo em inglês e Aroldo Oliveira em português. Dublin, por ser uma capital intercultural, tem ouvintes de todas as nacionalidades que estão interessados em saber como vivem os brasileiros aqui. Além de tocar o melhor do samba, bossa nova, samba-rock, etc., damos dicas e explicamos fatores que influenciam a vida dos brasileiros aqui na Irlanda e explicamos como os irlandeses devem proceder para viver/visitar o Brasil. Espero que possam escutar algum dia nosso programa. Você pode acessar o site da rádio e ver/ouvir ao vivo, já que tem uma webcam no estúdio pelo site www.near.ie/webcam ou acessar nosso blog www.sambaboysindublin.blogspot.com e adicionar nosso msn sambaboysindublin@hotmail.com. Ficaria feliz de ouvir a opinião de vocês, que são uma mão na roda para todos os brazucas que vivem, viveram ou viverão na Irlanda.Abraço.”

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Opinião - Então choro...

PÉSSIMOS EXEMPLOS
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” (Rui Barbosa)

O filme “Obrigado por fumar” conta a história de um advogado norte-americano que defendia os interesses de fabricantes de cigarros em processos movidas contra eles por ex-fumantes acometidos por doenças graves. Em uma cena do filme, perguntado sobre como fazia para sempre ganhar as causas, ele revelou que, na impossibilidade de defender seu cliente (ele mesmo achava difícil provar que o cigarro não é um veneno), partia para o ataque, procurando desqualificar o autor da ação e suas testemunhas. E sua estratégia, que não era novidade nos tribunais americanos, sempre dava certo.
Agora, no Brasil, presenciamos que se tornou uma prática usual de advogados de pessoas acusadas de crimes torpes e sanguinários atacarem em duas frentes: uma visa desqualificar o trabalho da polícia, outra visa desqualificar a vítima. Obviamente, a primeira alternativa é a mais eficiente, ainda mais se os advogados contarem com a colaboração de testemunhas acuadas e apavoradas que se dispuserem a mudar seus depoimentos de um dia para o outro. Junte-se a isso uma acusação de confissão obtida sob tortura e gera-se a dúvida, importante elemento que, na maioria das vezes, conduz à absolvição do acusado.
Já a segunda artimanha, desmoralizar a vítima, aparentemente inócua perante o Direito, desempenha um papel importante se, entre os jurados, estiverem pessoas moralistas, retrógradas e preconceituosas. Além disso, esta estratégia torpe serve para acalmar a ira popular e até conquistar para o réu a simpatia da parte mais ignorante e atrasada da “opinião pública”.
Competentíssimos, alguns até famosos, os advogados que manipulam essas táticas com eficiência, além de tentar atrapalha as investigações com denúncias anônimas falsas e até fotos forjadas tentando provar que a vítima de assassinato está viva, não raro absolvem ou conseguem manter em liberdade, por anos, mandantes e assassinos de crimes bárbaros. Pimenta Neves, os mandantes da Chacina de Unaí, Vitalmiro Bastos, hoje, felizmente, atrás das grades, e outros estão aí para corroborar nossa afirmativa. Essa impunidade escancarada de alguns criminosos é um péssimo exemplo para a população em geral e, principalmente, para os jovens. E, diante desse uso vergonhoso, imoral e eficiente das chamadas “brechas” da lei, como bem disse Rui Barbosa, “o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Luiz Lyrio
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Então choro...
Choro por todas as mulheres
Assassinadas, torturadas,mutiladas
desfiguradas, violentadas
A mulher que dá a luz
Que carrega consigo a vida
É morta diariamente
De variadas maneiras
Morte física, morte social
Morte psicológica,morte moral
Quantas, não mais
Sorriem ao espelho
Não conseguem caminhar
Perdem sua identidade
São privadas de amar
O curso natural da vida
É bruscamente interompido
Não chegam a envelhecer
Recebem flores no túmulo
Não podem mais florescer
O macho mostra sua força
De arma na mão
"No homem não pega nada"
Macho ferido no orgulho
Pode ferir ou matar
Querem briga e barulho
Se investem de autoridade
E tiram, sem piedade, vidas
Vidas belas, vidas preciosas
Vidas tristes, vidas sofridas
Matam mulheres
Deixam seus filhos, sem mãe
Seus pais, sem filhas
Roubam sua dignidade
Sua vida é exposta
Invadem sua intimidade
Édisso que a mídia gosta
Matam mulheres
E jogam a culpa na vítima
"Ela me traiu!"
"Ela me provocou!"
"Ela era prostituta!"
"Ela me enganou!"
"Que ela sirva de exemplo!"
Violam seu templo
Condenadas a pena de morte
Sem direito a julgamento
Entregues a própria sorte...
A tristeza me invade
Um crime irracional
Aos olhos da sociedade
Vira uma coisa normal
Então choro
Por Luciana Lopo
Por Maria da Penha
Por Eloá
Por Amina Lahal
Por Hajana Ibrahim
Por Sandra Gomide
Por Eliza Samudio
Por aquelas cujos nomes
Viram apenas siglas
Pelas vítima anônimas
Que choram baixinho
Quando apanham
Que se escondem e se encolhem
Dos hematomas se envergonham
E se recolhem, dentro de si
Que temem denunciar
Protegem seu opressor
Amam seu agressor
Rosana Paulo